Aí você deve se perguntar: então não podemos mais paquerar? Claro que sim! Paquera é diferente de assédio. Está liberado puxar papo com uma mulher e trocar uma ideia, mas com respeito, porque depois do não, tudo é assédio.
Mas o que é assédio? É o modo mais comum de importunação sexual – crime previsto na Lei 13.718/18 e que prevê de 1 a 5 anos de prisão. Ou, sendo mais direta e trazendo para a realidade: incomodou, teve mão boba, puxão de cabelo, agarrão pelo braço ou um beijo forçado sem consentimento? Então, é assédio!
Vale relembrar também que ser assediada não é e nunca foi “direito da mulher”. Não “massageia o ego”, não “é normal” e a mulher não “gosta de ser assediada”. Por ideias tão absurdas quanto essa que as mulheres estão colando no corpo a frase “não é não”, para poderem dizer sim às festas, curtirem e se divertirem; para pessoas com dúvidas entenderem que o corpo feminino não deve ser objetificado; que não quereremos ser constrangidas na rua, no transporte coletivo, com uma cantada. Já no trabalho, o único elogio que aceitamos receber é pelo serviço e não pela roupa, cabelo ou beleza.
A liberdade de ir e vir deve ser um direito para todos, não importando a roupa que vestimos ou a maneira como agimos.
Precisamos urgentemente não só pensar, mas como combater essas atitudes com leis que defendam nossos direitos, punições mais rígidas e educação. Enquanto houver a cultura do machismo, infelizmente vamos presenciar e passar por essas situações. Então, homens, entendam: o respeito é a palavra-chave todos os dias. É incontestável: a culpa nunca é das mulheres.
Enquanto você leu esse artigo, várias mulheres foram assediadas na rua, no trabalho, na praia, no ônibus, porque, segundo o Instituto Maria da Penha, a cada 1.4 segundos, uma mulher é vítima de assédio no Brasil. E eu arrisco dizer que esse dado aumenta em dias de folia, como o Carnaval. Então, que tenhamos um Carnaval com pessoas felizes, dançando, curtindo e paquerando.
Mas com menos “Fiu Fiu” e com mais respeito, para que um dia as mulheres não precisem mais explicar que “Não é Não”!