Medalha Antonieta de Barros

A Medalha Antonieta de Barros foi criada no fim do século XX com a finalidade de homenagear mulheres que tenham se destacado, “nas áreas cultural, política, desportiva, empresarial e de prestação de serviços ou ação social”.

Nas últimas décadas, a honraria foi concedida a mulheres das mais variadas correntes ideológicas, da direita à extrema-esquerda, valorizando a pluralidade de ideias, crenças e opiniões que formam a nossa cidade.

Pela primeira vez em quase três décadas, colegas vereadoras estão questionando uma homenagem, simplesmente por serem pessoas que pensam diferente de suas ideologias. Democrático né?

A perseguição, por parte de um grupo, foi iniciada tentando censurar a homenagem à Ana Campagnolo, a deputada estadual mais votada da história do estado. Com o passar dos dias, passou-se a criticar também uma segunda homenageada, Carol de Toni, a deputada federal eleita com mais votos na nossa história.

A perseguição direta às mulheres de direita, deixa clara a intenção destes grupos, de cercear meu direito de parlamentar, de doutrinar minhas esolhas e passar a direcionar quem deve, ou não, receber uma honraria, seja ela a medalha Antonieta de Barros, João Davi Ferreira Lima, Beata Joana de Gusmão, ou qualquer outra concedida por esta casa.

Eu, como mulher, estou querendo homenagear outras mulheres, que é a prerrogativa da medalha. Não irei recuar ou me omitir neste momento de ataque às nossas liberdades. Nós mulheres temos total liberdade para nos posicionarmos politicamente, seja à direita ou à esquerda, sejam conservadoras ou não.

Se permitirmos que ideias totalitárias proliferem aqui nesta casa, muito em breve não teremos mais liberdade para debater livremente nossas ideias por aqui!

A democracia é permitir que todos tenham suas livres manifestações de pensamento, seja qual for seu ideal político. Hoje eles clamam para censurar uma homenagem, e amanhã?

Eu não autorizo ninguém a tomar o meu lugar de fala!

Vale aqui lembrar um pouco das mulheres pioneiras na política em todo o Brasil. MUITAS das nossas precursoras, fundamentais para que nós mulheres estejamos aqui hoje, são lideranças que não se orientavam pela doutrina que muitos das que estão me criticando seguem.

Lembro aqui de Celina Guimarães, primeira mulher desse país a obter o título de eleitor, que é grata e deve esse título exclusivamente ao seu marido. Não se declarava feminista, acreditava nos valores conservadores e, por diversas vezes, afirmou ter recebido muita ajuda da família para obter os avanços históricos que ela obteve.

Antonieta de Barros, a heroína catarinense que dá nome à medalha. Antonieta era conservadora, católica, defendia a educação e a disciplina para todas as pessoas, era apoiadora declarada de Nereu Ramos (maçom) e participava ativamente das atividades filantrópicas e religiosas (católicas).

Também preciso ressaltar Carlota Pereira de Queiroz, a primeira deputada federal do Brasil. Conservadora, foi eleita com o apoio da Liga Católica e fez parte da Constituinte. Nas eleições, enfrentou sua adversária ideológica, a feminista Bertha Lutz e venceu o pleito.

E, novamente, aqui em nosso estado, duas mulheres fizeram história politicamente. Ana Campagnolo e Carol de Toni, mulheres conservadoras, foram recordistas de votos para deputadas estadual e federal, provando que os catarinenses votam sim em mulheres.

Questionar os feitos de mulheres, eleitas democraticamente, é uma tentativa de cerceamento de liberdade, de calar nós mulheres. Também é uma tentativa de direcionar o que as mulheres estão autorizadas, ou não, a fazer e pensar.

Ana Campagnolo está em seu segundo mandato como deputada estadual, sendo, em 2022, a mais votada da história do estado. Em 2018, quando concorreu pela primeira vez, foi a mulher mais jovem a ser eleita para a ALESC, aos 28 anos.

Graduada em História e pós-graduada em Literatura Portuguesa, atuou como professora em escolas públicas por quase 10 anos. Ana iniciou em 2020 uma nova empreitada educacional que já conta com mais de 10 mil alunos: a formação de dois clubes de leitura mesclando cursos de formação política. Em seu trabalho, exalta a importância de conhecer obras plurais e das mais diversas ideologias estabelecidas.

Reconhecida nacionalmente por ser uma liderança conservadora, Campagnolo é referência para os milhares de catarinenses que a escolheram como representante na ALESC. Aqui na capital foi a terceira mais votada, com quase 20 mil votos.

Ana Campagnolo sofreu e segue sofrendo perseguição ideológica, mesmo assim, nunca se omitiu em levantar suas bandeiras e ideias, sendo referendada nas urnas por quase 200 mil catarinenses. Também conta com massivo apoio em âmbito nacional, por meio de participação em seus cursos, aquisição de livros e milhões de interações nas redes sociais.

Carol De Toni, também escreveu o nome na história do nosso estado, sendo a deputada federal eleita com mais votos na história, com mais de 227 mil eleitores. Duas mulheres, conservadoras, respaldadas por milhares de eleitores em todo território catarinense.

Carol é graduada em direito e está em seu segundo mandato. Na Câmara, foi vice-líder do governo em 2019, atuou na CCJ e foi relatora da PEC da Prisão em 2ª Instância. Ajudou a aprovar a importantíssima lei da liberdade econômica, a lei do ensino domiciliar (homeschooling), o novo marco do saneamento e a autonomia do Banco Central. Presidente do Fórum Parlamentar Catarinense

Conseguiu fazer o 2ª mandato mais econômico de SC e um dos 15 mais econômicos do país. No quesito recursos e emendas, destinou mais de R$ 150 milhões para quase todos os municípios de SC.

Nossa vice-governadora, Marilisa Boehm é formada em direito pela Faculdade Guilherme Guimbala e trabalhou por 30 anos na Polícia Civil. Ela foi a primeira delegada mulher de Joinville e ajudou a fundar a Delegacia da Mulher da cidade, onde foi titular entre 1990 a 2014, quando se aposentou e passou a se dedicar a projetos sociais. Esse é o única das três indicações que passou na Comissão e está em pauta hoje.

Os números por si só, já credenciam Ana, Carol e Marilisa como valorosas lideranças políticas e representativas catarinense, pré-requisitos para a concessão da Medalha Antonieta de Barros.

Agora um pouco sobre Antonieta de Barros, a heroína catarinense que dá nome a esta medalha. Antonieta era conservadora, católica, defendia a educação e a disciplina para todas as pessoas, era apoiadora declarada de Nereu Ramos (maçom) e participava ativamente das atividades filantrópicas e religiosas (católicas). Em seus textos, não falava em questões raciais, e sim sociais.

Fez um único discurso no final de sua vida rebatendo um discurso provocativo e preconceituoso do então deputado Oswaldo Cabral que ao se dirigir a uma crítica feita por Antonieta a educação do governo Bornhausen (Maria da Ilha), ele fala de discussão de senzala e ironiza sua coluna farrapo de ideias falando que são ideias esfarrapadas. Apenas para rebater este discurso Antonieta ao se defender se coloca como uma negra brasileira que se orgulha de sê-lo, e que nunca se pintou de outra cor […], Filha de mãe de negra que a educou ensinando-a a ter liberdade interior[…]. Antonieta disse na época, que não voltaria ao assunto do racismo e realmente não voltou.

Defendia as mulheres, porém, não se dizia feminista, especialmente, se o feminismo fosse “cigarro à boca”, expressão que angariou relativa antipatia por parte do movimento feminista contemporâneo. Também afirmou, por duas ou três vezes, não ser feminista!

Católica e propagandista dos valores morais e cristãos, também posicionou-se contrária às atitudes libertárias de algumas mulheres do movimento feminista que buscavam romper com os papéis normativos, bem como, em muitos momentos, chegou a defender, por meio de seus discursos, que a missão sagrada da mulher eram a escola e o lar/família.

Uma observação atenta e apurada é capaz de mapear quem influenciou Antonieta. Ela citava frequentemente, em seus textos a Bíblia e seus provérbios, Deus, Cristo, Maria, Adão, Eva, os santos católicos e os apóstolos. Essas figuras estavam presentes nas pautas e compunham a filosofia de vida de Antonieta.

Finalizo com uma frase da própria Antonieta que data de 1937, onde ela fala a mestras do Colégio Estadual Dias Velho: “Não deixeis que a raça, a cor, a fortuna e todos estes ridículos nadas em que se perdem, muitas vezes, as criaturas, sejam traços de distinção, entre os pequeninos que o Senhor vos confiar. Amai-os com carinho maternal inato em todas nós”.

Imagem: Brasil Sem Medo

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